No dia 10 de janeiro saiu na "Revista Época" uma reportagem cujo título era "6 doenças que você nunca soube que poderia pegar". Eu, muito curiosa, li a reportagem e me surpreendi ao me deparar com a informação de que o parasita Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose, pode ser responsável também pela esquizofrenia! Mais curiosa ainda, fui procurar no google acadêmico pesquisas publicadas sobre o assunto. Agora compartilho com vocês meus achados nessa busca.
Hoje fala-se de causas multifatoriais para inúmeras doenças que não tem uma única etiologia bem definida. Consideramos o ambiente, em combinação com a genética, além das condições físicas e emocionais que influenciam no aparecimento e/ou manutenção de uma série de patologias. Certo?
Bom, isso é válido, mas há algum tempo os cientistas vêm estudando a influência de vírus, bactérias e outros microorganismos na etiologia de doenças que até o momento não possuem uma causa bem estabelecida. Uma das doenças presente na lista destas pesquisas é a esquizofrenia.
Diversas pesquisas demonstram que o Toxoplasma gondii é capaz de causar alterações neurológicas em seus hospedeiros (porcos, ovelhas, ratos, bovinos, macacos), como incoordenação, tremores, convulsões e mudanças comportamentais.
Nos seres humanos, sabe-se que a toxoplasmose é responsável por abortos e, no caso de toxoplasmose congênita, pode causar hidrocefalia ou microcefalia, calcificações intracranianas, surdez, convulsões, paralisia cerebral, danos à retina e retardo mental. Em casos de toxoplasmose aguda em adultos, podem ocorrer também delírios e alucinações.
Segundo o grupo de pesquisadores que procuram incluir também a esquizofrenia na lista de possíveis consequências da infecção pelo Toxoplasma gondii, estudos mostram que pacientes com esquizofrenia possuem uma quantidade maior de anticorpos para o Toxoplasma do que a população geral. É isso que indica o artigo "Toxoplasma gondii and schizophrenia", de Torrey e Yolken, publicado em 2003 no Medscape, que reuniu pesquisas realizadas desde 1953.
Estes estudos também têm demonstrado que animais contaminados com Toxoplasma gondii apresentam alterações nos níveis de dopamina, norepinefrina e outros neurotransmissores, similares às existentes em pacientes esquizofrênicos.
Outra informação interessante é que, em estudos em laboratório com cultura de células, medicamentos antipsicóticos, usados no tratamento da esquizofrenia, inibiram a reprodução do Toxoplasma gondii. Este fato levanta a hipótese de que alguns dos sintomas da esquizofrenia poderiam ser causados pelo parasita e, ao controlar seu crescimento, os sintomas produzidos por ele também seriam controlados.
O que os pesquisadores apontam é que considerando os sintomas causados pela infecção pelo Toxoplasma gondii em animais e seres humanos, comparando-os aos sintomas da esquizofrenia e ao alto índice de pacientes esquizofrênicos infectados por este protozoário, há indícios suficientes que justificam estudos mais apurados para verificar a real correlação destes fatores.
No momento não há resultados definitivos, mas apenas estudos exploratórios que procuram compreender a influência do Toxoplasma gondii no funcionamento do organismo humano, considerando as variações individuais (genéticas, condições imunológicas no momento da infecção, etc) e ambientais. No entanto, nós, da área da saúde, devemos ficar atentos a essas novas perspectivas com relação à esquizofrenia e às novas possibilidades de tratamento que podem surgir a partir destes estudos.
Saudações psis.
Diversas pesquisas demonstram que o Toxoplasma gondii é capaz de causar alterações neurológicas em seus hospedeiros (porcos, ovelhas, ratos, bovinos, macacos), como incoordenação, tremores, convulsões e mudanças comportamentais.
Nos seres humanos, sabe-se que a toxoplasmose é responsável por abortos e, no caso de toxoplasmose congênita, pode causar hidrocefalia ou microcefalia, calcificações intracranianas, surdez, convulsões, paralisia cerebral, danos à retina e retardo mental. Em casos de toxoplasmose aguda em adultos, podem ocorrer também delírios e alucinações.
Segundo o grupo de pesquisadores que procuram incluir também a esquizofrenia na lista de possíveis consequências da infecção pelo Toxoplasma gondii, estudos mostram que pacientes com esquizofrenia possuem uma quantidade maior de anticorpos para o Toxoplasma do que a população geral. É isso que indica o artigo "Toxoplasma gondii and schizophrenia", de Torrey e Yolken, publicado em 2003 no Medscape, que reuniu pesquisas realizadas desde 1953.
Estes estudos também têm demonstrado que animais contaminados com Toxoplasma gondii apresentam alterações nos níveis de dopamina, norepinefrina e outros neurotransmissores, similares às existentes em pacientes esquizofrênicos.
Outra informação interessante é que, em estudos em laboratório com cultura de células, medicamentos antipsicóticos, usados no tratamento da esquizofrenia, inibiram a reprodução do Toxoplasma gondii. Este fato levanta a hipótese de que alguns dos sintomas da esquizofrenia poderiam ser causados pelo parasita e, ao controlar seu crescimento, os sintomas produzidos por ele também seriam controlados.
O que os pesquisadores apontam é que considerando os sintomas causados pela infecção pelo Toxoplasma gondii em animais e seres humanos, comparando-os aos sintomas da esquizofrenia e ao alto índice de pacientes esquizofrênicos infectados por este protozoário, há indícios suficientes que justificam estudos mais apurados para verificar a real correlação destes fatores.
No momento não há resultados definitivos, mas apenas estudos exploratórios que procuram compreender a influência do Toxoplasma gondii no funcionamento do organismo humano, considerando as variações individuais (genéticas, condições imunológicas no momento da infecção, etc) e ambientais. No entanto, nós, da área da saúde, devemos ficar atentos a essas novas perspectivas com relação à esquizofrenia e às novas possibilidades de tratamento que podem surgir a partir destes estudos.
Saudações psis.