sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Senado Federal realiza enquete sobre Ato Médico

Atenção, atenção! O Senado Federal disponibilizou uma enquete no site sobre o Ato Médico.

A pergunta é simples: "Você é a favor ou contra a regulamentação do exercício da medicina nos termos do projeto PLS 268/02 (Ato Médico)?". Bom, posso responder em duas partes? Sim, sou a favor da "regulamentação do exercício da medicina", o que é benéfico para a sociedade, garantindo um serviço de qualidade e NÃO, não sou a favor da regulamentação "nos termos do projeto PLS 268/02", que interfere de forma negativa na autonomia dos demais profissionais da saúde.

Sugiro que vocês acessem o site do Senado e votem, demonstrando sua opinião sobre esse projeto de lei. Afinal, quem ficou sabendo dessa enquete? O quanto foi divulgada para vocês? Pois é... Eu soube por mero acaso e já registrei o meu voto! Aproveitem e divulguem para os contatos de vocês.

Só como curiosidade, quando votei o resultado estava assim: 51% a favor do Ato Médico e 49% contra.

Vamos mudar esse resultado e demonstrar nosso descontentamento?


Saudações Psis

domingo, 22 de novembro de 2009

Caminhada cívica pela empregabilidade e respeito às profissões da saúde



E lá vamos nós, de novo! CONTRA O ATO MÉDICO! Vamos parar de reclamar e fazer a nossa parte, certo? Divulguem, repassem, protestem!

No próximo dia 26 de novembro de 2009 os profissionais da saúde (e simpatizantes da causa!) se reunirão na Rua Teixeira da Silva (a 80 metros do metrô Brigadeiro) ao lado da sede do Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de São Paulo (CREFITO-SP), às 20h30, e percorrerão a Av. Paulista até o MASP, onde realizarão um ato público, solicitando aos Senadores que rejeitem o Projeto de lei nº 7.703/2006 (ATO MÉDICO).

Venha com uma camiseta branca, representando a SAÚDE e a PAZ que devem prevalecer nas relações das equipes multiprofissionais da saúde!

Então:

Ponto de encontro inicial: CREFITO-SP (R. Teixeira da Silva)
Ato Público: MASP (Av. Paulista)
Horário: 20:30h




Exibir mapa ampliado

Saudações Psis, pela autonomia profissional!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ato médico e manifestação do CRP-SP

E lá vamos nós divulgar e incentivar a mobilização CONTRA o PL 7.703/06, o famosíssimo Ato Médico, que tira a autonomia dos profissionais da saúde e os subjugam à classe médica. Quer saber mais do por quê de sermos contra o Ato Médico? Então acesse o site http://www.atomediconao.com.br/ e leia os artigos e suas justificativas para não serem aprovados pelos demais profissionais da saúde.


Segue abaixo a manifestação do CRP-SP, divulgada no dia 13 de novembro de 2009.

Leiam, divulguem e repassem.









ATO MÉDICO - A LUTA CONTINUA



PSICÓLOGO: MANIFESTE-SE COM RELAÇÃO AO PL DO ATO MÉDICO


No dia 21 de outubro de 2009 foi aprovado pela Câmara dos Deputados o projeto de lei 7.703/06 (Ato Médico).

Durante 2 anos e 10 meses de tramitação na Câmara, o projeto teve 121 andamentos, 93 Emendas e 19 Pareceres. Passou por várias Comissões (Constituição, Justiça e Cidadania, Trabalho, Administração e Serviço Público, Educação e Cultura e Seguridade Social e Família).

Os Conselhos de Psicologia estiveram durante todo esse tempo na luta contra o Projeto de Lei do Ato Médico. Foram entregues ao Congresso 1 milhão de assinaturas, colhidas conjuntamente com outras profissões da área da Saúde. Apoiamos na Câmara dos Deputados as emendas relativas à questão do Diagnóstico, Chefia dos Serviços de Saúde e Acupuntura. Veja notícia no Jornal do Conselho Federal.

No entanto, após tramitação, foi aprovado um texto que não contemplou nossas reivindicações.

Acreditamos que o texto, tal como aprovado, fere o princípio de integralidade do SUS, que entende a Saúde como um processo de múltipla determinação, com as ações de Saúde intervindo também nas condições de vida da população, o que envolve diversos profissionais e áreas do conhecimento.

Não se pode deixar apenas a cargo do médico a tarefa de decidir sobre tratamento e cuidados em Saúde. Ao definir o diagnóstico nosológico como prática privativa médica, o PL coloca em risco a possibilidade de diagnóstico por outros profissionais da Saúde, retirando a autonomia desses profissionais e subordinando suas ações ao médico.

Segundo o PL, apenas médicos poderão ocupar cargos de Chefia de Serviços Médicos. Entretanto, não define o significado desses serviços, o que poderá prejudicar a possibilidade de outras profissões ocuparem cargos de gestão em serviços de Saúde, como, por exemplo, as Unidades Básicas e os Centros de Atenção Psicossocial.

O exercício da Acupuntura pelo psicólogo, regulamentado pela Resolução CFP 05/2002, pode ficar prejudicado com o PL do Ato Médico.

Na próxima etapa, o projeto retornará à votação do Senado. Nesta etapa, não serão mais possíveis emendas nem alterações, sendo possíveis apenas supressões de artigos, incisos ou parágrafos ou a própria não aprovação do projeto na íntegra. Caso seja aprovado no Senado, passará por aprovação ou veto total ou parcial da Presidência da República.

Durante o IX Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, o presidente Lula mostrou-se preocupado em trazer para o debate o projeto que regulamenta o Ato Médico. Veja discurso no link.

No dia 6 de novembro último, o CFP esteve reunido com outros Conselhos Federais de Saúde, com intuito de discutir o tema e decidir ações conjuntas. Decidiu-se que será feita nova análise dos projetos aprovados para apresentá-los a Senado, Presidência, Casa Civil, Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Saúde. Na ocasião, o CFP propôs a reativação da página do “Não ao ato médico” para centralizar as notícias e ações desenvolvidas.

Convocamos os psicólogos para permanecerem na luta, pressionando as instâncias políticas para evitar a aprovação do projeto tal como está. Faça sua manifestação e envie aos senadores clicando aqui. Em breve será possível enviar também seu manifesto por meio da página www.naoaoatomedico.org.br.


Saudações Psis

domingo, 15 de novembro de 2009

Fórum de Enfrentamento à Violência - CNRVV

Hoje inauguro a sessão de postagens para divulgação de eventos relacionados à Psicologia e sempre que possível a atualizarei. Se souberem de algo interessante, escrevam para que seja publicado.

Pois bem, o primeiro evento a ser divulgado é o Fórum de Enfrentamento à Violência, que é parte do projeto "Rede de Pólos de Prevenção à Violência", promovido pelo  CNRVV (Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae). O tema do mês de novembro será "As questões de enfrentamento à violência, ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e as discussões sobre a rede de proteção / atendimento"

Palestrantes Convidados:
- Dr. Cláudio Hortencio Costa – Advogado, Mestre em Direito das Relações Públicas – PUC/SP e Professor Convidado do Curso de Aperfeiçoamento "Violência Doméstica: O Fenômeno e as Possibilidades de Intervenção" do CNRVV.
- Dr. Antônio Carlos Madeira de Arruda – Diretor do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus - Secretaria de Saúde do Município de São Paulo. 
- Representante da Coordenadoria Regional de Saúde Leste – Secretaria Municipal de Saúde.

Coordenação do Fórum:
- Dalka Chaves de Almeida Ferrari Coordenadora Geral e da Área de Parcerias do CNRVV. Membro da Diretoria do Instituto Sedes Sapientiae. 

Data: 19 de Novembro de 2009, Quinta-feira

Horário: 14:00h

Valor: Gratuito (não é necessária inscrição prévia)

Local: Instituto Sedes Sapientiae - Rua Ministro Godói, 1484 - Perdizes - SP

Mais informações: Tel.:(11) 3866-2756



Saudações Psis

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Resposta de um fisioterapeuta ao ATO MÉDICO

Com o avanço do Ato Médico rumo à aprovação e com minha constante indignação com o fato, resolvi postar a carta que recebi por e-mail do Marco Túlio Saldanha dos Anjos, fisioterapeuta, que pelo visto está tão inconformado quanto eu.

Os questionamentos do Marco são extremamente pertinentes e a mesma situação se aplica às outras áreas da saúde. Leiam e tirem suas próprias conclusões. Se concordarem conosco, peço para que divulguem a postagem, copiem a carta, repassem por e-mail... Enfim, mobilizem-se para que o Ato Médico não se torne uma lei que restringe nossa prática profissional e nos subjugue à classe médica! É o que diz o slogan: "O Ato Médico ata-nos"




Aí está:

"Caros senhores favoráveis ao Ato Médico,


Se o grande problema é "prescrever", por favor, preciso que me prescrevam um tratamento fisioterapêutico para um paciente de 45 anos com uma tendinopatia crônica do tendão do músculo supra-espinhoso, apresentando calcificação no tendão. Ele apresenta história ocupacional de trabalho com elevação dos membros superiores acima do nível da cabeça (é vendedor de loja de roupas).

Como é ex-jogador de voleibol, desenvolveu lesão do nervo supra-escapular, que culminou numa atrofia do músculo infra-espinhoso. Devido a distúrbios hormonais, desenvolveu osteoporose. Na avaliação, apresentou restrição da mobilidade da cápsula posterior do ombro, fraqueza dos músculos rotadores internos do úmero (grau 3), além de fraqueza de serrátil anterior e trapézio fibras inferiores (graus 4 para os dois músculos). A articulação esterno-clavicular também tem sua mobilidade diminuída.


O que devo fazer, Dr.? Como posso fazer para restaurar a mobilidade da articulação? O que é mais indicado: mobilização articular ou alongamento? No caso de ser mobilização, que grau devo utilizar? No caso de ser alongamento, é preferível o alongamento ser estático ou balístico? Ou seria melhor utilizar de contração-relaxamento? Qual o tempo adequado de manutenção do alongamento? Ou será que é tudo contra-inidcado, devido à osteoporose?


Com relação ao fortalecimento dos rotadores internos do úmero, qual exercício seria mais indicado para fortalecer o músculo sub-escapular, importante na estabilização dinâmica da articulação gleno-umeral? Devo usar thera-band, halteres, resistência manual ou simplesmente realizar exercícios ativos livres?


Com relação ao serrátil anterior qual exercício seria mais indicado?


Push-ups? Protração resistida? Exercícios ativos apenas, simulando atividades funcionais e procurando evitar movimentos escapulares anormais?


Tudo isso? Nada disso? E se ele utilizar de compensações para a realização dos exercícios, como devo proceder?


Com relação ao trapézio inferior, é melhor fazer o exercício contra ou a favor da gravidade? Devo ou não utilizar de movimentos ativo-assistidos?


Qual o melhor exercício? Existe tal exercício?


No caso da restrição da articulação esterno-clavicular, é necessário corrigir essa alteração de mobilidade? Se for, é possível corrigí-la? Como proceder. Tem contra-indicações ou precauções?


Não podemos esquecer-nos de tratar também o tecido lesado (tendão do supra-espinhoso). Ele apresenta dor moderada ao elevar o membro superior D acima de 90 graus, que diminui a praticamente zero ao abaixar o braço. É necessára analgesia? Se for, que forma TENS? Qual a modulação (frequência, comprimento de onda, duração e intensidade)? Ou será que crioterapia é melhor? Em qual forma de aplicação? Por quanto tempo? Ou será que nenhuma analgesia é necessária?


O que posso fazer para estimular o reparo do tendão? US (quantos MHz?


Quantos W/cm2? por quanto tempo? Onde aplicar?), Laser (qual a intensidade? duração? tem contra-indicações?), exercícios (excêntricos, concêntricos, isométricos, resisitidos, livres? quantas séries e repetições? Qual o intervalo entre séries? Quantos RM? Devo fazer todos os dias ou não? É contra-indicado exercício?). Como posso fazer um exercício para supra-espinhoso?"


Por favor, repassem essa mensagem com urgência para todos os médicos com competência para me ajudar, pois estou com o paciente afastado do trabalho por invalidez e continuo aguardando a "prescrição médica da fisioterapia", já que sem a "prescrição médica", segundo o ato médico, não posso fazer nada e nós todos os brasileiros, inclusive os médicos estamos pagando para ele não trabalhar. Não deixemos esse afastametno virar aposentadoria!


Concluindo: Sim ao ato médico, desde que os médicos estudem na faculdade todo o conteúdo que outras 13 profissões da área de saúde têm em seu currículo."


Marco Túlio Saldanha dos Anjos
Fisioterapeuta
CREFITO-4 51246-F

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Terapia Virtual


Recentemente saiu no jornal Folha de São Paulo uma reportagem sobre atendimentos psicológicos virtuais e suas especificidades (clique aqui para lê-la na íntegra) . Primeiramente preciso dizer que gostei da forma como o assunto foi abordado, pois é uma questão atual e complexa para pacientes e terapeutas.

Hoje termos como notebook, conexão wireless, acesso à internet via celular, webcam, e-mail, Skype e MSN são usados com freqüencia por muitas pessoas e, arrisco dizer, pela maioria dos que leêm este blog. A tecnologia facilita nosso cotidiano: podemos resolver (quase) tudo pela internet, de pagamento de contas a compras de supermercado, mandar mensagens instantâneas para alguém que está na sala ao lado ou para uma pessoa do outro lado do mundo, tudo sem sair da cadeira!

Vemos cada vez mais casos de amizades que começaram em chats e alguns casamentos que aconteceram graças ao mundo virtual. Temos lojas virtuais, cursos virtuais (do curso de culinária ao ensino universitário!), bibliotecas virtuais, golpes e roubos virtuais... Enfim, descobrimos a existência de um mundo paralelo ao mundo real! E lembro que, há alguns anos, isso era tema de filme de ficção científica...

Com esse aumento da tecnologia acessível à população, a Psicologia também entrou na dança e começou-se a pensar na interferência dessa virtualidade no processo terapêutico. Algo que faz parte do cotidiano e é mediador de tantas atividades, obviamente aparece nas sessões de psicoterapia. Mas não é só isso!

Muitas pessoas começaram a se perguntar sobre atendimento psicológico virtual: a praticidade de ser atendido sem precisar se locomover até um consultório, poder escolher o profissional sem se preocupar com a distância ou com horários. A idéia parece tentadora para alguns e assustadora para outros!

Como ficaria a relação terapêutica a distância? E aquilo que chamamos de vínculo terapêutico? E os elementos não-verbais de comunicação (postura, forma de comportamento, gestos, tons de voz)? Parte disso se perde na comunicação escrita, em contrapartida temos microfones e webcams... Acredito que o atendimento virtual pode oferecer algumas vantagens, porém não basta transpor o modelo de psicoterapia presencial para a virtual. A passagem precisa ser feita com calma e cuidado, pensando-se nas questões éticas envolvidas e no real benefício deste modelo para o paciente.

Há estudos nacionais e internacionais que procuram compreender de que forma funcionaria este tipo de atendimento e sua eficácia. Ressalto que o CFP não autoriza a realização de psicoterapia pela internet, a menos que seja parte de uma pesquisa devidamente registrada junto ao Conselho Nacional de Saúde.

Enquanto continuamos pesquisando a psicoterapia virtual, a orientação psicológica via internet já é regulamentada pelo CFP e existem serviços bem estabelecidos, como o NPPi, núcleo da PUC-SP, que orienta o paciente em questões específicas e faz os encaminhamentos necessários. Na dúvida, procure o Serviço de Orientação do CRP de sua região e informe-se!

Pessoalmente, tenho uma certa dificuldade em imaginar um atendimento psicoterápico que ocorra somente via chat ou e-mail, pois valorizo muito o contato olho no olho, as expressões, o tom de voz, o gestual e tudo aquilo que ocorre numa relação interpessoal de forma espontânea. Quando uma pessoa se vê na tela do computador ou escreve uma mensagem, seu comportamento automaticamente muda. Quem nunca escreveu um e-mail, depois releu, apagou, trocou as palavras? E isso tudo tem seu valor numa relação terapêutica.

Este é um dos motivos de eu apoiar as pesquisas sérias para que um possível atendimento psicoterápico virtual seja feito da forma mais adequada possível e de insistir para que as pessoas se informem sobre os serviços virtuais oferecidos por aí e verifiquem se são devidamente regulamentados e aprovados pelos Conselhos regionais e federal de Psicologia.

Saudações Psis

Atendendo crianças

Depois de um longo período sem postar nada, estava pensando sobre o que escrever quando me deparei com um problema: atender criança.

Calma, o problema não é atender a criança, até porque gosto muito de crianças! Mas que material utilizar num atendimento infantil... Fui pega de surpresa com a chegada da criança, pois atualmente atendo basicamente adultos (simplesmente porque esta tem sido a procura). Bom, o caso é que lá fui eu montar minha caixa lúdica para atender e... O que se coloca mesmo na caixa lúdica?? Confesso que fiquei pensando se não estava esquecendo nada e fui procurar na internet um texto que falasse da montagem da caixa. Minha surpresa é NÃO ACHEI um que me ajudasse! Pelo contrário, achei algumas pessoas que também estavam atrás dessa informação... E aqui estou eu, olhando os textos da faculdade e alguns livros atrás disso...

Primeiro quero dizer que a postagem é um guia para os aflitos como eu e não uma determinação do que é certo ou errado, mesmo porque o conteúdo da caixa irá variar de acordo com a idade da criança, com as condições da sala e com as condições e necessidades do terapeuta. Sugestões, comentários e opiniões são sempre bem-vindos!

Certo, vamos lá! Estou usando como texto base o capítulo "A hora de jogo diagnóstica" (referência abaixo), ok?
As autoras propõem que a caixa tenha materiais estruturados e não estruturados como:
  • papel
  • lápis e cor e preto
  • giz de cera
  • tesoura sem ponta
  • massa de modelar de diversas cores
  • borracha
  • cola
  • apontador
  • barbante
  • bonecos
  • bonecos de animais selvagens
  • bonecos de animais domésticos
  • carrinhos
  • aviõezinhos
  • xícaras, píres e colherinhas
  • cubos de tamanho médio
  • giz
  • bola
Elas propõe que a caixa fique aberta e que o material fique fora da caixa, acessível para a criança.

Eu incluí nesta lista, jogos adequados à idade da criança (dominó, dama, jogo da memória, senha, cara a cara, etc), que me permitem verificar a reação da criança ao perder/ganhar um jogo e o raciocínio que utiliza para jogar (estratégias, uso ou distorção das regras, etc).

Além disso, estou usando o livro "Descobrindo Crianças" da Violet Oaklander, que dá idéias incríveis de formas de acessar o mundo infantil e, da leitura do livro, surgem outras idéias de materiais a serem acrescentados na caixa, dependendo da queixa, da idade da criança e da "personalidade" (mais agitada ou tranqüila, gostos, brincadeiras prediletas, etc).

Espero que essa postagem dê uma luz a quem precisa e estimule o atendimento a crianças!

Saudações Psis

Referências

- EFRON, Ana Maria, FAINBERG, Esther, KLEINER, Yolanda, SIGAL, Ana Maria e WOSCOBOINIK, Pola. A hora de jogo diagnóstica. in: OCAMPO, Maria Luisa. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. Ed. Martins Fontes, São Paulo, 2001.

- OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças. Summus Editorial, São Paulo, 1980.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Olha para mim 2

Passado algum tempo desde a última postagem, decidi continuar com a série de vídeos do Gaiarsa chamada "Olha para mim", disponível no YouTube.

Vamos aproveitar a oportunidade para refletir sobre o que realmente é "entrar em contato" e "estar presente". Qual é o tipo de contato que estabelecemos com mais freqüência?





Boa reflexão!


Saudações Psis

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Olha para mim: a necessidade de atenção do ser humano

Resolvi postar o vídeo do José Angelo Gaiarsa, psicólogo renomado que trabalha com a integração mente-corpo, que está disponível no YouTube ("Olha pra mim 1"). Para refletir sobre nossa necessidade de receber atenção e a vida que levamos atualmente:





Saudações Psis

domingo, 30 de agosto de 2009

Piso Salarial para psicólogos

Hoje escreverei sobre o projeto de lei que regulamenta o piso salarial dos psicólogos. Atualmente o Projeto de Lei 5440/2009, de autoria do deputado Mauro Nazif, aguarda o parecer da Comissão de Seguridade Social e Família na Câmara dos Deputados, que tem mais cinco sessões ordinárias a partir do último dia 25 para propor emendas ao projeto.

Eu realmente não sei qual é o processo de tramitação do Projeto de Lei, isto é, não sei quanto tempo ficará na Câmara e quem mais irá apreciar o projeto, fará emendas, etc. Mas acredito que devemos demonstrar nosso interesse na aprovação desta lei, afinal, estamos falando do nosso salário! Vocês podem acompanhar o andamento do processo na Câmara se cadastrando no link: http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=439116

Pesquisando para escrever aqui, descobri alguns Projetos de Lei anteriores ao do deputado Mauro Nazif, que também solicitavam a instituição de um salário mínimo para os psicólogos.

O mais recente é o PL 1858/1991, do deputado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas. No site da Câmara há fotos do projeto (datilografado e com uma qualidade duvidosa para ler no computador...). O fato é que o dito projeto propõe equiparar o salário profissional e jornada de trabalho do psicólogo ao do dentista e do médico. Sabe o que aconteceu com este projeto? Após inúmeras idas e vindas entre as Comissões da Câmara e inúmeras emendas, o projeto foi retirado de pauta em novembro de 2003, por “Acordo dos Srs. Líderes” (assim diz o site da Câmara). O PL está lá, esperando para ser colocado novamente em pauta!

Havia também um projeto de lei (PL 2639/1983), apresentado em 22 de novembro de 1983 (sim, pasmem!) pelo deputado Octacílio Almeida, que propunha a remuneração mínima fixada em seis vezes o valor do salário mínimo da época. Depois de quase seis anos na Câmara e adiamentos de votação por falta de quorum, o processo foi arquivado em 05 de abril de 1989. Infelizmente, como o Projeto de Lei é antigo, não temos acesso ao texto completo. No site da Câmara, é possível ver o andamento do Projeto e as fotos das atas.

Antes disso, o deputado Thales Ramalho já havia proposto a instituição de salário mínimo (8 salários-mínimos) para psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. O Projeto de Lei 5489/1978 ficou menos de um ano na Câmara e também foi arquivado.

Em 18 de maio de 1977, o deputado Otávio Ceccato apresentou o PL 3683/1977, que instituía a remuneração mínima dos psicólogos em 10 vezes o valor do salário-mínimo. O projeto foi arquivado em março de 1979.

O site da Câmara informa que as informações anteriores a 2001 podem estar incompletas e é isto que ocorre com estes dois últimos: não temos acesso aos textos dos Projetos e tampouco às atas das sessões. Podemos acessar o andamento dos projetos buscando o número ou assunto dos PLs no site da Câmara: http://www.camara.gov.br/sileg

Enfim, isso é para chamar a atenção de vocês para o fato de que a busca por um piso salarial para os psicólogos não é uma novidade, mas é algo fundamental e que não tem sido valorizado pelos ilustríssimos deputados que temos elegido. Sugiro que prestemos mais atenção aos políticos que temos eleito e acompanhemos seu trabalho, para não permitir que mais um projeto de lei seja apresentado e arquivado, gastando tempo e não mudando absolutamente nada.

O jornal do CRP publicou um artigo sobre o piso salarial e a jornada de trabalho do psicólogo, na edição nº 105 de 1997, que cita um Projeto de Lei do deputado Roberto Gouveia (PL 331/96) “que estabelece o salário mínimo profissional para o psicólogo, com jornada de 30 horas de trabalho semanal”. Eu procurei o projeto citado, para verificar qual era sua situação na Câmara, porém não o encontrei (busquei pelo nome do autor, assunto e número). Se alguém souber de alguma coisa, por favor, avise. Para os interessados no artigo, segue o link:


Leia o Projeto de Lei que foi apresentado pelo deputado Mauro Nazif:

Veja o andamento do Projeto de Lei e as fotos das atas:
 
Saudações psis

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Resolução nº167 - ANS

Parece que a divulgação está funcionando! Já recebi alguns e-mails em resposta a um e-mail no qual escrevi a mesma coisa que na postagem anterior...


Bom, para o conforto de alguns, diz-se que o CFP está trabalhando juridicamente esta questão. Que isto sirva de consolo, mas não de acomodação! Afinal, a pressão política e social faz toda a diferença (quem não se lembra da mobilização contra o Ato Médico?)! Isto inclui a mobilização dos profissionais, Conselhos de Classe e população usuária dos planos de saúde.


Recebi também a informação que o IDEC tem auxiliado defesa dos direitos do usuário de plano de saúde. Assim, se precisarem de auxílio, recorram ao IDEC!


Fica a sugestão de leitura do artigo no Jornal do CRP - Edição 155, sobre a cobertura de psicoterapia nos planos de saúde:
http://www.crpsp.org.br/crp/midia/jornal_crp/155/frames/fr_conversando_psicologo.aspx


Saudações Psis

Resolução Normativa nº 167 - ANS

Esse não era o objetivo inicial do blog, mas acredito que será mais útil se utilizado desta forma...


Recentemente recebi a infeliz informação de que os procedimentos / tratamentos que possuem cobertura obrigatória pelos planos de saúde (ou seja, sessões / consultas de nutrição, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, fisioterapia, acupuntura, etc), poderão ser executados pelos respectivos profissionais de saúde DESDE QUE solicitados por um médico. Isso é regulamentado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), na Resolução Normativa nº 167 (janeiro de 2008), artigo 5º, § 1º (http://www.ans.gov.br/portal/site/legislacao/legislacao_integra.asp?id=1084&id_original=0).


O que acham disso? Fiquei pensando o quanto a ANS vincula todos profissionais da saúde aos médicos... Já pensaram o que isto significa para a autonomia do profissional que não possui um CRM? Afinal, um médico irá realizar a prescrição do tratamento para um outro profissional! Não vejo isto como um encaminhamento, que é uma prática comum entre as diversas especialidades da área da saúde, mas como uma prescrição. Isto porque o paciente não possui a liberdade de procurar o tratamento por iniciativa própria, mas precisa do pedido médico com a solicitação de atendimento e diagnóstico.


Pergunto-me se um médico tem condições de diagnosticar e prescrever o tratamento para as diversas áreas da saúde. Por exemplo, por que um médico pode realizar o diagnóstico de uma depressão, melhor do que um psicólogo? Lembrem-se que estamos falando de qualquer médico e não de um psiquiatra... Assim, um oftalmologista, clínico geral, ortopedista ou qualquer outro, poderia fazer o diagnóstico e a prescrição de um tratamento psicológico!


Ressalto que o problema NÃO é o encaminhamento, mas a obrigatoriedade do paciente passar em consulta com um médico para que este avalie a necessidade ou não de tratamento por um outro profissional da saúde. Assim, o paciente somente chegará a tais profissionais se o médico que o atendeu achar que o tratamento é necessário!


Enfim, já que sou psicóloga, entrei em contato com o serviço de Orientação do CRP (Conselho Regional de Psicologia), que me sugeriu contatar a ANS. Como acredito que, se só eu fizer a queixa, nada vai mudar, peço para que os demais profissionais mobilizem-se também. Isso inclui um trabalho de cada profissional e dos respectivos Conselhos.


Divulguem esta informação para os profissionais da saúde que conhecem e para os usuários de planos de saúde que ficam dependentes do pedido médico para que possam usufruir os procedimentos que necessitam, sendo que estes possuem cobertura obrigatória pelos planos.


Talvez esta seja a forma conseguirmos mudar esta resolução, permitindo que cada profissional realize seu trabalho de forma autônoma, sem depender de um pedido médico.


Se, depois de ler esta postagem, você discorda desta resolução, clique aqui e assine o abaixo-assinado pedindo a revisão da RN nº 167 da ANS. Deixe sua opinião registrada!



Saudações psis

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Afinal, o que é Psicologia?

Decidi começar as postagens do “Psi quê?” com um assunto que para muitos é considerado simples, mas é uma pergunta extremamente freqüente entre os ‘não-psicólogos’: o que é Psicologia? Já expliquei diversas vezes para muita gente o que o psicólogo faz e com o que trabalha...


Não, a culpa não é dessas pessoas! A culpa é da má divulgação, que foi formando uma imagem errada da profissão. A ignorância é ruim, mas pior é o preconceito existente! Por este motivo é que tento desmistificar (pelo menos um pouco) a Psicologia...


As fontes usadas para escrever as postagens são sempre encontradas no final delas, ok? Aliás, recomendo que, sempre que possível, sejam consultadas.


Bom, vamos ao trabalho!


Primeiramente, cabe enfatizar que Psicologia é uma ciência, com todas as condições necessárias para receber esse status. Ou seja, tem objeto de estudo, métodos e objetivos bem definidos.


A palavra “psicologia” vem do grego psyche (alma) e logos (estudo), atualmente é mais comum encontrar a tradução como “estudo da mente”, que é semelhante a duas das definições do dicionário Houaiss: “1. ciência que trata dos estados e processos mentais; 2. estudo do comportamento humano ou animal”.


A definição, assim como foi apresentada, ainda fica pouco explicativa. Talvez fique mais claro se pensarmos na prática do psicólogo.


O psicólogo pode trabalhar em clinicas e consultórios, ONG’s, hospitais, CAPS (Centro de Apoio Psicossocial), Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), empresas, escolas, consultorias, entre outros. Em cada área de atuação o profissional tem funções especificas.


Prometo uma postagem para cada especialidade reconhecida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), pois esta postagem ficará imensa se eu for detalhar cada uma delas.


Talvez a área de atuação mais conhecida da Psicologia seja a clínica, na qual podem ser atendidas as mais diversas populações (crianças, adolescentes, adultos, idosos, deficientes, gestantes, pais, etc) tanto individualmente quanto em grupo. É importante deixar claro que o atendimento clínico não está necessariamente relacionado à doença mental, mas sim ao sofrimento (incômodo) que o paciente / cliente traz como queixa. Assim, uma pessoa pode procurar atendimento porque está terminando uma relação amorosa, outra porque tem dificuldades de se adaptar a um emprego, por queixas escolares, por sintomas de pânico ou ainda porque quer se conhecer melhor, etc. O objetivo do profissional é contribuir para a reflexão sobre as dificuldades do cliente, as formas de enfrentá-las e as mudanças necessárias para que isto ocorra, visando sempre o bem-estar do atendido.


O psicólogo que atua em Psicologia Escolar, por sua vez, trabalha em instituições de ensino (escolas) ou presta consultoria a estas. Realiza pesquisas, diagnósticos e intervenções com o objetivo de otimizar o processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, trabalha na elaboração / reformulação do projeto pedagógico, em orientação profissional, elabora projetos para a inserção adequada do aluno ao programa de ensino e às atividades acadêmicas.


Na área organizacional e do trabalho, o psicólogo atua em consultorias e empresas realizando recrutamento, seleção, desligamento, demissões e aposentadorias de funcionários, acompanhamento e desenvolvimento de recursos humanos, planejamento de condições de trabalho, entre outros.


Encerro a postagem, mas não o assunto... Há muito mais para ser dito sobre psicologia e sobre a atuação do psicólogo. Não tenho a pretensão de esgotar o assunto e muito menos de definir uma profissão tão ampla quanto essa em uma única postagem. Citei três áreas conhecidas da atuação do psicólogo para exemplificar nosso trabalho e, como disse antes, prometo que aos poucos farei postagens sobre as diversas especialidades dentro da Psicologia. Fica aberto, então, para comentários, dúvidas e sugestões, que serão lidos e respondidos à medida do possível.


Saudações psis.


Fontes para consulta:
Site do Conselho Regional de Psicologia:
http://www.crpsp.org.br/
Site do Conselho Federal de Psicologia: http://www.pol.org.br/
Livro:
BOCK, A. M. M., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Ed. Saraiva. (me desculpem, mas não sei o ano de edição...)